Yeshua Era Filho Biológico de José?
Questões Bíblicas – Perguntas e Respostas (Parte XXIII)
PERGUNTA: A concepção virginal de Yeshua tem realmente apoio bíblico? Como encaixar biblicamente esta doutrina com as promessas de Deus as quais diziam que o Messias deveria ser da DESCENDÊNCIA de Davi?
I – INTRODUÇÃO
A ideia de uma concepção virginal de Yeshua tem suas raizes não nas Escrituras Sagradas mas na mitologia grega. Existe uma enorme similaridade entre estas duas narrativas. Segundo a mitologia grega, Zeus era o deus dos céus, o mais poderoso panteão grego. Este envolveu-se com uma mulher mortal de nome Alcmena, com a qual teve um filho, conhecido pelo nome: Hércules. Hércules além de herói, era considerado um semideus, isto é, era metade deus e metade homem. Hércules também teve um pai adotivo, marido de sua mãe.
As coincidências são marcantes e é por isso da necessidade de um estudo específico e profundo sobre a questão. Segundo os ensinamentos do cristianismo, Yeshua foi gerado de uma forma miraculosa, tendo como pai, Deus, o Poderoso Criador dos Céus e da Terra e como mãe uma mulher mortal de nome Maria. O filho Yeshua é também considerado pelo cristianismo um semideus, sendo ele totalmente completo na divindade e totalmente completo na humanidade. Yeshua também teve um pai adotivo. Seu nome é José, marido de sua mãe.
Infelizmente as nossas concepções doutrinárias ainda carregam o peso da tradição, que se arrasta desde o segundo século, quando entraram em cena os chamados “pais da igreja”, os quais mesclaram conhecimento bíblico com ideias da filosofia grega.
Este é um estudo complexo, mas não é difícil, desde que ele seja analisado sob uma ótica correta, à luz da Palavra de Deus.
II – O SIGNIFICADO DO VOCÁBULO “GENEALOGIA”
Genealogia é uma ciência da história que estuda a origem e disseminação das famílias. A definição mais conhecida popularmente é “estudo do parentesco”.
Genealogia deriva da raiz ‘GEN”, significando nascimento, descendência, família, raça, etc.
Não era costume judaico seguir a linhagem da pessoa pelo lado materno. Se assim fosse, Yeshua não poderia ser o nosso verdadeiro Messias.
Eis alguns exemplos:
- Tamar também não era descendente da tribo de Judá. Ela era uma mulher CANANÉIA, da tribo de Canaã. Ela ficou viúva com a morte do filho primogênito de Judá e de acordo com os costumes da época Tamar deveria se casar com o seu cunhado Onã. Qualquer filho que ela tivesse seria considerado descendente do primeiro marido. Mas Onã se recusava a cooperar, e como resultado Deus o fez morrer. Havia um terceiro filho na linha sucessória, porém, Judá adiou o casamento com Tamar, temendo que ele também morresse. Sem marido e sem filhos, Tamar cobriu-se com um véu, deixou as roupas de viúva e fingiu ser uma prostituta. Ela, então, foi contratada pelo próprio Judá. Tamar exigiu que Judá deixasse seu selo, e seu cordão com cajado, como pagamento por seus serviços. Quando ela descobriu que estava grávida, Tamar foi levada perante Judá para ser punida. Mas quando Judá viu seu penhor e descobriu que ele era o pai da criança, se arrependeu, dizendo: “Ela é mais justa do que eu (Gên. 38:26). Desse relacionamento Tamar teve gêmeos. O mais velho, Pérez, foi ancestral de Jesus (ver Mateus 1:3).
- Raabe era CANANÉIA. Casou-se com Salmon, oriundo da tribo de Judá. Desse relacionamento nasceu Boaz, que era pai de Obede, sendo ele pai de Jessé e este pai de Davi (ver Mateus 1:5).
- Rute era MOABITA e bisavó do rei Davi. Casou-se com Boaz, um judeu da tribo de Judá. Desse relacionamento nasceu Obede, sendo ele pai de Jessé e este pai de Davi (ver Rute 4:17).
- Bate Seba ou Batsheba era HETEIA. Casou-se com Davi, pertencente à tribo de Judá, que era pastor, guerreiro e o mais famoso rei de Judá. Desse relacionamento nasceu Salomão, ancestral de Yeshua (ver II Samuel 12:24).
Pelo exposto, descarta-se totalmente a linha genealógica por parte do lado materno, uma vez que algumas dessas mulheres não faziam parte da tribo de Judá. Já pelo lado paterno todos são descendentes biológicos da tribo de Judá.
O que se lê na forma atual de Mateus 1:16 não faz sentido algum. Esta passagem bíblica deveria também seguir a mesma sequência das passagens anteriores. Se assim fosse, o texto deveria ser lido da seguinte maneira: “...e Jacó foi pai de José e José foi o pai de Yeshua, chamado o Messias”. No entanto, o que se lê? “E Jacó foi o pai de José, marido de Maria, da qual nasceu Yeshua, chamado o Messias”.
Assim, de acordo com a redação que se tem hoje, transforma-se a paternidade de José em mera “paternidade adotiva”. Será que o texto não foi manipulado? Tudo muito estranho. Se o auditório de Mateus eram os judeus e o objetivo era provar a messianidade de Yeshua seguindo a lógica de sua origem comum conforme ocorreu com os patriarcas Abraão e Davi, não haveria aqui uma incompatibilidade entre a narrativa da concepção virginal e a genealogia? Como Yeshua poderia ser filho de Abraão e filho de Davi, conforme se lê em Mateus 1:1 – “Esta é a genealogia de Yeshua, o Messias, filho de Davi, filho de Abraão” se dentro da fé judaica o Messias precisa ser descendente biológico de Abraão, para que se cumpram as promessas de Deus?
Percebe-se nitidamente que a genealogia descrita pelo evangelista Lucas é diferente e oposta à descrita por Mateus. Lucas mostra de uma forma positiva que Yeshua era o filho de José. O texto de Lucas 3:23 não deixa qualquer dúvida:
“Yeshua tinha cerca de trinta anos de idade quando começou seu ministério público. Ele era, como se pensava, filho de José, que era filho de Eli.”
Caso o evangelista Lucas tivesse a intenção de contrariar esta situação, deveria ter escrito o seguinte: “...não sendo o que se pensava ser – o filho de José”. Todos aqueles que negam que José era pai de Yeshua, como podem provar sua descendência de Davi?
Algumas passagens relevantes escritas pelo evangelista Lucas são totalmente incompatíveis com a ideia de uma concepção virginal:
Lucas 2:27 – “Simeão, movido pelo Espírito, foi ao pátio do templo. Quando OS PAIS trouxeram o menino Yeshua para lhe fazerem o que requeria a Torá.”
Lucas 2:33 – “O PAI E A MÃE de Yeshua estavam maravilhados com as coisas que Simeão dizia a respeito dele.”
Lucas 2:41-43 – “Todo ano OS PAIS de Yeshua iam à Jerusalém para a festa da Páscoa. ...Depois de terminada a festa, quando SEUS PAIS voltaram para casa, Yeshua permaneceu em Jerusalém, e eles não perceberam.”
Lucas 2:48 – “Quando SEUS PAIS o viram, ficaram perplexos; e sua mãe lhe disse: Filho, porque você fez isso com a gente? SEU PAI e eu estávamos muito preocupados, procurando por você.”
Lucas 4:22 – “Não é este o FILHO DE JOSÉ?
É importante destacar que o evangelista Lucas em vez de refutar essa opinião, à luz da concepção virginal, parece compartilhá-la. Como explicar, por exemplo, a admiração de José e Maria às palavras de Simeão, sob a ótica da concepção virginal? Por que José e Maria deveriam se admirar, se sabiam que Yeshua teve origem sobrenatural?
O Apocalipse traz uma importante revelação, de como Yeshua se auto-designa:
“Eu, Yeshua, enviei meu anjo para dar a vocês este testemunho a respeito das comunidades messiânicas. Eu sou a RAIZ E O DESCENDENTE DE DAVI, a brilhante Estrela da Manhã.” Apocalipse 22:16.
Estas palavras poderiam designar alguém que teve na verdade uma origem sobrenatural?
III – MARIA ERA VIRGEM OU UMA JOVEM MULHER?
Com base no texto de Mateus 1:23, o evangelista usa a versão septuaginta grega, com intuito de se interpretar o nome simbólico EMANUEL como sendo um indicador da natureza sobre-humana do filho que deveria nascer de uma concepção miraculosa. Há um fator importante a ser considerado. Essa ideia pressupõe que uma leitura não judaica estava sendo considerada. Os judeus criam que o nome EMANUEL (Deus está conosco) significava não a encarnação de Deus em forma humana, mas uma promessa de ajuda divina ao povo judeu.
Mateus usa o texto de Isaías 7:14 para provar a sua tese. No entanto, os judeus que estavam familiarizados com o profeta Isaías ficariam perplexos com o argumento do evangelista Mateus, porque a palavra usada pelo profeta Isaías foi JOVEM MULHER, do hebraico (ALMAH) e não “virgem”, cuja palavra em hebraico seria BETHULAH. É certo, pois, que o entendimento de uma jovem engravidando não é a mesma coisa que uma concepção virginal.
Essa mudança ocorreu nas traduções gregas posteriores, por volta do 1º e 2º séculos. Todas essas traduções substituíram o termo JOVEM MULHER pela palavra VIRGEM na versão septuaginta. Além disso, o texto de Isaías 7:14 não tem nenhuma conotação messiânica.
O contexto histórico precisa ser analisado:
Judá, sob o reinado de Acaz, estava prestes a ser invadida pelos seus vizinhos do norte: ISRAEL (também chamada de Efraim) e SÍRIA (também chamada de Aram Damasco). Porém, Deus ordena o profeta Isaías que assegure ao rei Acaz que o próprio Deus destruirá os inimigos de Judá (ver Isaías 7:1-10). Isaías entrega a mensagem de Deus a Acaz e lhe diz para pedir um sinal para confirmar que a profecia é verdadeira (ver Isaías 7:11). Acaz se recusa, dizendo que ele não testará Deus (ver Isaías 7:12). O profeta Isaías responde que Acaz receberá um sinal mesmo que ele não peça um, e o sinal seria o nascimento de uma criança e a mãe da criança lhe dará o nome de Emanuel (ver Isaías 7:13 e 14). Quando a criança souber rejeitar o erro e escolher o que é certo, ou seja, se ela tiver idade suficiente para distinguir o bem do mal, Efraim e Síria serão destruídos (ver Isaías 7:15 e 16).
Pergunta-se: Onde isso se encaixa na história de Yeshua?
Esperaria a comunidade judaica o nascimento virginal do Messias? Claro que não. O Messias era esperado de uma intervenção divina, mas sem que isso significasse necessariamente uma interrupção na descendência de Davi.
IV – A QUESTÃO DA DESCENDÊNCIA = SEMENTE
As profecias sobre o Messias mostram que ele deveria ser da SEMENTE DE DAVI ou DESCENDÊNCIA DE DAVI. É através da palavra profética que se sabe identificar com segurança quem de fato se qualificaria para ser o Messias prometido e é por meio dela também que a concepção virginal se torna um paradoxo. Em toda a extensa literatura hebraica e no contexto das profecias bíblicas, não há uma única passagem que possa justificar a ideia de que o Messias prometido devia ser milagrosamente concebido.
Para entender o significado da palavra “SEMENTE”, basta recorrer ao Antigo Testamento e ver qual é sua relação com as profecias sobre o Messias. O termo hebraico utilizado para descrever “semente” ou “descendência” é o vocábulo “ZERÁ”.
Gênesis 17:9 – “Disse mais Deus a Abraão: Ora, quanto a ti, guardarás o Meu pacto, tu e a tua “descendência” (do hebraico: ZERÁ) depois de ti, nas suas gerações.”
Em Levítico 15:16, a mesma palavra hebraica “ZERÁ” é usada para descrever o “sêmen” que sai do homem:
“Também se sair de um homem o seu “sêmen” (do hebraico ZERÁ) banhará o seu corpo todo em água, e será imundo até a tarde.”
Em mais outra passagem, verifica-se o mesmo sentido:
Gênesis 38:9 – “Onã, porém, sabia que tal ‘descendência’ (do hebraico ZERÁ) não havia de ser para ele; de modo que, toda vez que se unia à mulher de seu irmão, derramava o ‘sêmen’ (do hebraico ZERÁ) no chão, para não dar descendência a seu irmão.”
O tradutor usou a palavra “descendência” com o mesmo significado de “sêmen”. Por este motivo, pode-se compreender porque Jesus é chamado na Bíblia de “descendente” ou “semente” de Davi. Eis algumas passagens que não deixam margens à nenhuma dúvida:
II Samuel 7:12 – “Quando teus dias forem completos, e vieres a dormir com teus pais, então farei levantar depois de ti UM DENTRE A TUA DESCENDÊNCIA, QUE SAIR DAS TUAS ENTRANHAS, e estabelecerei o seu reino”
Salmos 89:3-4 – “Fiz um pacto com o Meu escolhido; jurei ao Meu servo Davi: Estabelecerei para sempre a tua ‘descendência’ (do hebraico ZERÁ), e firmarei o teu trono por todas as gerações”.
Salmos 89:29 – “Farei que subsista para sempre a sua ‘descendência’ (do hebraico ZERÁ), e o seu trono como os dias dos céus.”
Isaías 11:1 – “Então brotará um rebento do toco de Jessé, e das suas raízes um renovo frutificará.”
Salmos 132:11 – “O Senhor jurou a Davi com verdade, e não se desviará dela: Do fruto das tuas entranhas porei sobre o teu trono.”
Romanos 1:3 – “Acerca de seu Filho, que nasceu da descendência de Davi SEGUNDO A CARNE.”
II Timóteo 2:8 – “Lembra-te de que Jesus Cristo, que é da DESCENDÊNCIA de Davi, ressuscitou dentre os mortos, segundo o meu evangelho.”
Apocalipse 22:16 – “Eu, Yeshua, enviei o meu anjo, para dar a vocês este testemunho a respeito das comunidades messiânicas. Eu sou a Raiz e o descendente de Davi, a brilhante Estrela da Manhã.”
Atos 2:30 – “Sendo, pois, ele profeta, e sabendo que Deus lhe havia prometido com juramento que faria sentar sobre o seu trono um dos seus descendentes.”
Percebe-se, pois, que são as Escrituras proféticas que norteiam a identificação do Messias e em todas elas verificamos que este “Messias” foi um descendente “carnal” de Davi, deixando portanto de lado a ideia de uma concepção virginal. Os apóstolos entendiam esta sucessão e deixaram registrada esta ideia nas páginas do Novo Testamento.
De acordo com o contexto profético, o Messias seria um descendente legítimo da semente de Davi, e mais precisamente da tribo de Judá. Da tribo de Judá descendeu o rei Davi e sua linhagem real, mediante as promessas e juramentos feitos pelo Eterno Deus.
Pelo exposto, Yeshua só poderia ter nascido biologicamente de José, porque o desenvolvimento do óvulo não fecundado é teologicamente inviável e estranha à cultura judaica e ao caráter profético messiânico ao qual Yeshua estava inserido.
Os judeus nunca esperaram um Messias nascido de uma virgem e nem esperam até hoje.
Algo muito importante precisa ser esclarecido. A palavra MESSIAS significa literalmente “UNGIDO” e não um deus ou semi-deus. O Messias (Ungido) é literalmente alguém que Deus unge para uma missão específica.
V – COMO YESHUA PODE SER O MESSIAS SE ELE PROVÉM DA DESCENDÊNCIA AMALDIÇOADA DE JECONIAS?
Para a maioria dos cristãos, a descendência de Yeshua não poderia ser considerada por parte do lado paterno, uma vez que, de acordo com a genealogia descrita por Mateus, Yeshua descende de Jeconias (ver Mateus 1:11 e 12) cuja linhagem o Eterno amaldiçoou, conforme relatado em Jeremias 22:30:
“Assim diz o Senhor: Escrevei que este homem fica sem filhos, homem que não prosperará NOS SEUS DIAS; pois nenhum da sua linhagem prosperará para assentar-se sobre o trono de Davi e reinar daqui em diante em Judá.”
A partir da leitura dessa passagem bíblica, foi criado o seguinte raciocínio:
a) Da linhagem de Jeconias não pode existir descendentes dignos para se assentar no trono de Davi;
b) Yeshua descende de Jeconias;
c) Portanto, Yeshua não pode ser o Messias prometido.
É fundamental esclarecer o que aconteceu de fato ao longo da história bíblica, com o intuito de descobrir como Yeshua pode ser o legítimo Messias ainda que descenda de Jeconias.
Tomando-se como base a genealogia de Mateus, “Josias foi o pai de Jeconias…,Jeconias foi o pai de Salatiel, Salatiel foi o pai de Zorobabel…” Mateus 1:11 e 12.
Fazendo-se uma leitura atenta das Escrituras Sagradas, constata-se que houve a anulação da maldição hereditária imposta pelo Eterno, pois lê-se que Jeconias teve filhos:
“Os filhos de Jeconias, o deportado: Salatiel, seu filho, Malquirão, Pedaías, Senazar, Jecamias, Hosama e Nedabias.” I Crônicas 3:17 e 18.
E com relação a um de seus netos. de nome Zorobabel, Deus declara o seguinte:
“Naquele dia, diz Adonai dos Exércitos, tomar-te-ei, ó ZOROBABEL, servo Meu, filho de Salatiel, diz Adonai, e far-te-ei como um anel de selar; porque te escolhi, diz Adonai dos Exércitos.” Ageu 2:23.
Além disso, a própria Escritura registra o momento em que o Eterno prometeu trazer os herdeiros de Jeconias para serem plantados em terra boa:
“Porei os Meus olhos sobre eles, para seu bem, e os farei voltar a esta terra. Edificá-los-ei, e não os demolirei; e plantá-los-ei, e NÃO OS ARRANCAREI.” Jeremias 24:6.
Essa promessa foi cumprida em Zorobabel, quando o mesmo conduziu diversas pessoas para a terra santa após o cativeiro babilônico, episódio em que os muros de Jerusalém foram reerguidos, o templo reconstruído e o culto ao Eterno restabelecido.
Há fatos que são indiscutíveis:
a) Jeconias foi amaldiçoado, porém, em função do seu grande arrependimento teve a maldição cancelada;
b) As literaturas judaicas atestam este ocorrido;
c) Consequentemente Jeconias foi considerado digno de ser ancestral do Messias vindouro.
VI – CONCLUSÃO
A ideia de uma concepção virginal é a base de todas as religiões cristãs. A ideia de uma concepção virginal foi construída pela história e pela teologia ao longo dos séculos. Essa questão não era relevante na época dos primeiros seguidores do Messias. Com o passar do tempo, dúvidas começaram a surgir sobre a paternidade biológica do Messias e uma explicação que justificasse a gravidez de Maria. Foi então que esse assunto passou a se apoiar no transcendental, ou seja, que a concepção virginal tem a ver com a crença na possibilidade de milagres.
Os relatos escritos pelos evangelistas Mateus e Lucas foram escritos por esses autores, nessa época, ou são suplementos que foram acrescidos a esses dois evangelhos já no século 2?
Nos primeiros séculos o cristianismo começava a se organizar. Para adequar as decisões dos Concílios muitos dos textos bíblicos tiveram alterações à medida que questões precisavam ser respondidas.
A questão da concepção virginal foi definida em 649 dC no Concílio de Latrão. Ali foi declarado que era questão de fé o fato de que Yeshua foi gerado “sem semente”e que Maria concebeu de modo miraculoso. Assim, esse dogma da igreja romana passou a ser seguido pelas demais instituições religiosas.