Um agente destruidor do santuário de Deus
Conduta Cristã (I)
Os efeitos das bebidas alcoólicas são devastadores, atingindo os indivíduos, famílias e toda a sociedade. As bebidas alcoólicas sejam elas fermentadas, misturadas ou destiladas, são venenosas, aumentando grandemente a possibilidade de um desfecho fatal em casos de enfermidades, enfraquecendo e perturbando a mente, deturpando as feições, endurecendo o coração e corrompendo a moral, legando à posteridade a degeneração física e moral. Elas perturbam e destroem a família e produzem a desmoralização, o vício e a impiedade, neutralizando a eficácia dos esforços religiosos para a elevação intelectual, pureza moral e felicidade social, bem como promovem o crime e a miséria.
O álcool tende a destruir as mais elevadas espécies de células, as que têm a ver diretamente com os processos vitais, principalmente as delicadas células do cérebro, responsáveis pelo desenvolvimento intelectual.
Apesar de a ciência médica estar demonstrando os malefícios causados pela bebida alcoólica, muitos sinceros cristãos não vêem perigo algum quando tomam pequenas doses diárias de cerveja, cachaça, champanha, rum, vodka, vinho alcoólico e outras bebidas embriagantes. Afirmam que Deus condena somente aqueles que tomam em excesso e se embriagam. Outros dizem que dentre todas as bebidas fortes, o vinho alcoólico foi o único autorizado por Deus, enquanto que as outras sempre foram por Ele condenadas. Seria isto verdade?
A confusão tem se instalado na mente de muitos sinceros cristãos por desconhecerem os tipos de vinho relacionados na Bíblia. A verdade é que, quando a Bíblia menciona a palavra “vinho”, tanto pode ser o vinho alcoólico ou o puro suco de uva.
1. TIPOS DE VINHO RELACIONADOS NA BÍBLIA
A questão maior está relacionada ao tipo de vinho, isto é, o embriagante ou o puro suco de uva. No Antigo Testamento encontram-se registradas duas palavras hebraicas traduzidas por vinho.
1.1 - A primeira palavra, a mais comum é “yayin”, um termo genérico usado para indicar o vinho alcoólico ou não alcoólico.
Alguns exemplos em que a palavra “yayin” é entendida como sendo vinho embriagante: Gênesis 9:20-21; 19:32-35; I Samuel 25:36-37. O vinho torna-se embriagante quando ele passa pelo processo de fermentação. È quando o açúcar do suco de uva converte-se em álcool e em dióxido de carbono.
Alguns exemplos em que a palavra “yayin” é usada como sendo puro suco de uva: Lamentações 2:11-12 – O autor do livro Lamentações descreve as crianças pequenas (nenês de colo) e as maiores, famintas e angustiadas, clamando às mães, pedindo seu alimento normal de “trigo e vinho”. Neste caso, sem dúvida, era vinho não embriagante. Em Isaías 16:10 o profeta refere-se ao suco fresco da uva espremida.
1.2 – A segunda palavra hebraica traduzida por vinho é “tirosh”, que significa “vinho novo” ou “suco das uvas”. Esta palavra “tirosh” ocorre 38 vezes no Antigo Testamento e nunca se refere à bebida fermentada, mas sempre ao produto não fermentado da videira.
Alguns exemplos em que a palavra “tirosh” é traduzida como sendo o suco ainda no cacho de uvas: Isaías 65:8. Nota-se que este tipo de vinho “tirosh” é aquele que Deus disse “haver bênção nele”. Outras passagens bíblicas traduzem a palavra “tirosh” como sendo o suco doce de uvas recém-colhidas (mosto): Números 18:12; Deuteronômio 11:14, Neemias 10:37; Provérbios 3:10 e Joel 2:24.
2. O PERIGO DO VINHO EMBRIAGANTE
Todo aquele que está em Cristo, deve abster-se do vinho embriagante. Deus declarou expressamente que o Seu povo não deveria nem olhar para o vinho, quando este se mostra vermelho:
“Para quem são os ais? Para quem os pesares? Para quem as pelejas? Para quem as queixas? Para quem as feridas sem causa? E para quem os olhos vermelhos? Para os que se demoram perto do vinho, para os que andam buscando bebida misturada. Não olhes para o vinho quando se mostra vermelho, quando resplandece no copo e se escoa suavemente. No seu fim morderá como a cobra, e como o basilisco picará.” Provérbios 23:29-32.
“O vinho é escarnecedor, e a bebida forte alvoroçadora; e todo aquele que neles errar não é sábio.” Provérbios 20:1.
Os textos acima são esclarecedores. Deus nunca autorizou o Seu povo a tomar quaisquer substâncias intoxicantes que prejudicasse a mente. Uma das maiores hipocrisias da cultura moderna é o “beber socialmente”.
Outras sérias advertências de Deus encontram-se registradas nos seguintes textos:
“E não vos embriagueis com vinho, no qual há devassidão, mas enchei-vos do Espírito.” Efésios 5:18
“Não é dos reis, ó Lemuel, não é dos reis beber vinho, nem dos príncipes desejar bebida forte; para que não bebam, e se esqueçam da lei, e pervertam o direito de quem anda aflito.” Provérbios 31:4-5.
“Ora, as obras da carne são manifestas, as quais são: a prostituição, a impureza, a idolatria, a feitiçaria, as bebedices, as orgias, e coisas semelhantes a estas, contra as quais vos previno, como já antes vos preveni, que os que tais coisas praticam não herdarão o reino de Deus.” Gálatas 5:19-21.
“Não estejas entre os beberrões de vinho, nem entre os comilões de carne. Porque o beberrão e o comilão caem em pobreza; e a sonolência cobrirá de trapos o homem.” Provérbios 23:20-21.
“Mas também estes erram por causa do vinho e com a bebida forte se desencaminham... andam errados na visão, e tropeçam no juízo.” Isaías 28:7.
“E Daniel assentou no seu coração não se contaminar com a porção do manjar do rei, nem com o vinho que ele bebia.” Daniel 1:8.
“Ai daquele que dá de beber ao seu companheiro. Tu que lhe chegas o teu odre, e o embebedas.” Habacuque 2:15.
“Mas agora vos escrevi que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão.” I Coríntios 5:11.
“Nem os devassos, nem os idólatras, ... nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus.” I Coríntios 6:9-10.
“Beberão, e cambalearão, e enlouquecerão, por causa da espada, que Eu (o Senhor) enviarei entre eles.” Jeremias 25:16.
3. ALGUNS MALEFÍCIOS DA BEBIDA ALCOÓLICA NO ANTIGO TESTAMENTO
A Bíblia relata histórias de vários homens que se envolveram com as bebidas alcoólicas. Alguns eram de má índole, mas outros eram homens de fé e comissionados por Deus. O fato de alguns desses homens de Deus terem ingerido bebidas embriagantes, não justifica seguirmos o exemplo deles.
- O caso de Noé: A Bíblia descreve os efeitos maléficos da bebida embriagante na história de Noé (Gênesis 9:20-27). Ele plantou uma vinha, fez vinho embriagante e bebeu. A sua embriaguez ocasionou uma tragédia familiar em forma de uma maldição imposta sobre Canaã, seu filho mais moço.
- O caso de Ló e suas filhas: Nos tempos de Abraão, o vinho embriagante contribuiu para o incesto que resultou na gravidez das filhas de Ló (Gênesis 19:31-38).
- O caso dos filhos de Arão: Nadabe e Abiú entraram no templo com seus incensários, mas por terem bebido bebidas fortes saiu fogo de diante do Senhor e os consumiu (Levítico 10). Deus ainda chamou os seus sacrifícios de “fogo estranho”.
- Os profetas e sacerdotes na época de Isaías: “Mas também estes cambaleiam por causa do vinho, e com a bebida forte se desencaminham; até o sacerdote e o profeta cambaleiam por causa da bebida forte, estão tontos do vinho, desencaminham-se por causa da bebida forte; erram na visão, e tropeçam no juízo.” (Isaías 28:7).
4. ALGUNS MALEFÍCIOS DA BEBIDA ALCOÓLICA NO NOVO TESTAMENTO
- A embriaguez dos coríntios: A Igreja que Paulo havia recém formada em Corinto estava, por falta de conhecimento, cometendo alguns sacrilégios. Eles estavam usando vinho fermentado na Santa Ceia e isso não foi do agrado de Deus e nem do apóstolo Paulo (I Coríntios 11:21). Paulo disse que isso não era digno de nenhum louvor (I Coríntios 11:17).
- A bebida alcoólica na Igreja de Éfeso: Na Igreja de Éfeso, provavelmente havia um grupo de crentes que era bastante chegado ao vinho. Essa foi a razão de ele dizer as seguintes palavras:
“E não vos embriagueis com vinho, no qual há devassidão, mas enchei-vos do Espírito”. Efésios 5:18.
Esse grupo de irmãos achava normal beber e ao mesmo tempo defender a causa de Cristo; mas a prova que isso é impossível é bradada por Paulo: “não vos embriagueis”. O Espírito de Deus não é derramado onde impera a embriaguez.
5. NAS BODAS DE CANÁ O VINHO ERA ALCOÓLICO?
Muitos defendem a idéia de que Jesus, durante uma festa de casamento em Caná, transformou água em vinho alcoólico. Se isto fosse verdade, não estaria Jesus contrariando os ensinamentos de Deus, os quais foram registrados nas Escrituras Sagradas? Jesus não fez vinho alcoólico pelas seguintes razões:
a) Por causa da Sua missão como Messias.
Em Hebreus 7:26 lemos que o Senhor Jesus é "santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores." Ele poderia ser visto por quaisquer pessoas e elas veriam a Sua total santidade. Profanos soldados, por exemplo, que foram enviados para prendê-LO, deram a desculpa de não O terem trazido, dizendo que "nunca homem algum falou assim como este homem." João 7:46.
É importante destacar que a missão do Messias foi “...dar fim aos pecados,...” Daniel 9:24. Ele foi o Cordeiro que “tira o pecado do mundo.” João 1:29
Teria Ele cumprido essa missão se tivesse transformado a água em vinho alcoólico? É bom não esquecer que o vinho alcoólico é denominado pelas Escrituras Sagradas como algo escarnecedor e no qual há devassidão. Seguramente o Senhor Jesus sabia disto.
b) Jesus não poderia contradizer as Escrituras.
Em Mateus 5:17-18, Cristo deixou muito claro dizendo:
“Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim abrogar, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei sem que tudo seja cumprido."
Portanto, com base no texto acima, Cristo não poderia ter entrado em contradição com as palavras do profeta Habacuque:
"Ai daquele que dá de beber ao seu próximo, adicionando à bebida o seu furor, e que o embebeda para ver a sua nudez!” Habacuque 2:15.
Certamente Jesus sabia que esse verso estava na Bíblia, pois Ele era fiel estudante, coerente manejador e perfeito expositor das Escrituras. Enfrentava a tentação com as Escrituras; provava Seu messiado com as Escrituras; por elas ensinava; e disse a Seus discípulos que nelas buscassem conselho e guia para o futuro. Ele não veio para violar as Escrituras, mas para cumpri-las.
E como as Escrituras ordenam que evitemos "toda a aparência do mal" (I Tessalonicenses 5:22), nós podemos ter a certeza de que o Senhor Jesus jamais poderia ter feito algo que O associaria com tal prática maligna descrita em Habacuque 2:15. Pela mesma razão, nenhum servo de Deus deveria se envolver na venda e oferecimento de bebida alcoólica.
c) Porque em Levítico 10:9-11, há o mandamento de que o sacerdote de Deus não podia beber vinho nem bebida forte.
"Não bebereis vinho nem bebida forte, nem tu nem teus filhos contigo, quando entrardes na tenda da congregação, para que não morrais... para fazer diferença entre o santo e o profano e entre o imundo e o limpo. E para ensinar aos filhos de Israel todos os estatutos que o SENHOR lhes tem falado..." Levítico 10:9-11.
De acordo com Hebreus 2:17, Cristo tornou-Se nosso Sumo Sacerdote:
“Pelo que convinha que em tudo fosse feito semelhante a seus irmãos, para se tornar um sumo sacerdote misericordioso e fiel nas coisas concernentes a Deus, a fim de fazer propiciação pelos pecados do povo.”
Se Ele tivesse feito, bebido ou oferecido vinho alcoólico, Ele teria se desqualificado para ensinar aos filhos de Israel os estatutos do Senhor.
d) Os reis e príncipes estão proibidos de acordo com Provérbios 31:4-5 de beberem vinho alcoólico ou qualquer outra bebida forte.
“Não é dos reis beber vinho, nem dos príncipes desejar bebida forte; para que não bebam, e se esqueçam da lei, e pervertam o direito de quem anda aflito.” Provérbios 31:4-5.
Em outras palavras o texto acima diz que os reis não devem embebedar-se com vinho para não esquecerem o que já decretaram e para não corromperem a justiça que é devida a todos os que estão aflitos. Como o Senhor Jesus, de acordo com uma profecia de Zacarias, viria como Rei, essa proibição conseqüentemente é aplicada a Ele também:
“Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém; eis que vem a ti o teu Rei; Ele é justo e traz a salvação; Ele é humilde e vem montado sobre um jumento, sobre um jumentinho, filho de jumenta.” Zacarias 9:9.
Sem dúvida, o Senhor Jesus jamais poderia ser o nosso Messias se tivesse transformado água em vinho alcoólico, pois estaria frontalmente desobedecendo a uma orientação de Deus, registrada em Provérbios 31:4-5:
“Não é dos reis, ó Lemuel, não é dos reis beber vinho, nem dos príncipes desejar bebida forte; para que não bebam, e se esqueçam da lei, e pervertam o direito de quem anda aflito.”
e) O Senhor Jesus manifestou a Sua glória ao realizar o milagre durante o casamento em Caná.
Se o vinho que os convidados tinham tomado fosse alcoólico, eles estariam bêbados e neste caso haveria sérias dúvidas com relação à sagrada missão de nosso Senhor Jesus como Messias. No entanto, o texto a seguir desfaz qualquer incerteza a respeito do vinho servido na festa de casamento em Caná, da Galiléia:
“Assim deu Jesus início aos Seus sinais em Caná da Galiléia, e manifestou a Sua glória; e os Seus discípulos creram nEle.” João 2:11.
Dois fatos importantes merecem destaque:
a) Através desse milagre o Senhor Jesus manifestou a Sua glória;
b) Os discípulos creram nEle a partir daquele momento.
É inconcebível que Jesus, após o recebimento do Espírito Santo, tenha produzido vinho alcoólico em Seu primeiro milagre. O objetivo desse milagre foi manifestar a Sua glória (João 2:11), de modo a despertar a fé pessoal e a confiança no Senhor Jesus como Filho de Deus, santo e justo, que veio salvar o seu povo dos seus pecados (Mateus 1:21).
Sugerir que Cristo manifestou a Sua glória como Filho Unigênito de Deus (João1:14), mediante uma festa de bebedeira, não faz nenhum sentido, visto que cada talha (João 2:6) comportava por volta de 120 litros. Como eram seis talhas, teríamos um total de 720 litros, sem contarmos o que já havia sido consumido. Se o vinho fosse embriagante seria mais que suficiente para todo mundo sair trançando as pernas e caindo pelas ruas, o que não ocorreu. Isto teria implicações morais. A coerência moral requer que Cristo não tivesse produzido miraculosamente vinho intoxicante para uso dos homens, mulheres e crianças reunidos nas bodas de Caná, sem tornar-Se moralmente responsável pela intoxicação deles. A coerência escriturística e moral requer que o “bom vinho”(João 2:10) produzido por Cristo fosse suco de uva recente e não fermentado. Isto é respaldado pelo próprio adjetivo empregado para descrevê-lo, ou seja, “kalos”, que denota o que é moralmente excelente, em vez de “agathos”, que significa simplesmente bom.
6. TIPO DE VINHO SERVIDO NA CEIA PASCAL
Quando Jesus celebrou a Ceia Pascal pela última vez com Seus discípulos, o vinho estava na mesa e, foi convenientemente utilizado por Ele em instituir a comemoração de Sua morte, quando disse: “isto é o Meu sangue.” – Mateus 26:28 e Marcos 14:24.
O vinho passou a constituir no emblema apropriado do sangue. O emblema é tão apropriado do sangue que, as Escrituras Sagradas referindo-se ao mosto da uva, tendo em vista, a sua cor rubra, empregam-lhe o nome de “sangue de uva”:
“Atando ele o seu jumentinho à vide, e o filho da sua jumenta à videira seleta, lava as suas roupas em vinho e a sua vestidura em sangue de uvas.” Gênesis 49:11.
“...e por vinho bebeste o sangue das uvas.” Deuteronômio 32:14 (última parte).
O Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o cálice de vinho, dando graças, disse: “Bebei dele todos; porque isto é o Meu sangue (simbolicamente), o sangue do Novo Concerto, que é derramado por muitos para remissão dos pecados.” Mateus 26:27-28.
Na Ceia Pascal, bem como nos sete dias da Festa dos Pães Asmos, as orientações de Deus eram as seguintes:
“Sete dias se comerão pães asmos, e o levedado não se verá contigo, nem ainda fermento será visto em todos os teus termos.” Êxodo 13:7.
Uma vez que o evento da Páscoa prefigurava o perfeito sacrifício de sangue, isto é, o sangue incontaminado de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo (o Cordeiro de Deus), conclui-se que não podia haver deturpação naquilo que simbolizava o sangue de Jesus Cristo. Além disso, aquele que usasse fermento na semana da Páscoa era excluído da convivência entre os filhos de Israel (Êxodo 12:15 e 19). O apóstolo Paulo escreveu:
“Expurgai o fermento velho, para que sejais massa nova, assim como sois sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, já foi sacrificado. Pelo que celebremos a festa, não com o fermento velho, nem com o fermento da malícia e da corrupção, mas com os ázimos da sinceridade e da verdade.” I Coríntios 5:7-8.
Em todos os evangelhos sinóticos, Jesus chama o conteúdo da taça de “o fruto da videira”. – Mateus 26:29; Marcos 14:25 e Lucas 22:18.
O substantivo “fruto” (grego: gennema) denota que é o produto em estado natural, da mesma maneira em que foi apanhado. Vinho fermentado não é o fruto natural da videira, mas o fruto da fermentação não natural e decadente.
Se o conteúdo do cálice era de vinho alcoólico, Cristo dificilmente poderia ter dito: “Bebei deles todos”, especialmente em vista do fato de que na Páscoa um típico cálice de vinho não continha apenas um gole de vinho, mas aproximadamente meio litro.
Crianças novas que participassem à mesa do Senhor, certamente não deveriam tocar em vinho alcoólico. Poderia Cristo, que nos ensinou a orar: “Livra-nos do mal”, ter feito de Seu memorial à mesa um lugar de irresistível tentação para alguém e de perigo para todos?
Não podemos conceber a Cristo curvando-Se para abençoar com oração de graças um cálice que contivesse vinho alcoólico, sobre que a Bíblia nos adverte para não olharmos (Provérbios 23:31). Um cálice que intoxica é um cálice de maldição e não um “cálice de bênção” (I Coríntios 10:16). É o “cálice dos demônios” e não o “cálice do Senhor” (I Coríntios 10:21). É um cálice que não pode simbolizar adequadamente a incorruptibilidade e o “precioso sangue de Cristo” (I Pedro 1:18-19).
Isto dá razão para acreditarmos que o cálice que Ele abençoou e deu a Seus discípulos não continha qualquer coisa fermentada e proibida pelas Escrituras Sagradas.
7. UM SACERDÓCIO E UM SANTUÁRIO SAGRADO
“E falou o Senhor a Arão, dizendo: Vinho nem bebida forte tu e teus filhos contigo não bebereis, quando entrardes na tenda da congregação... para fazer diferença entre o santo e o profano e entre o imundo e o limpo.” Levítico 10:8-10.
De acordo com o texto de Levítico, nenhum sacerdote deveria ingerir bebidas alcoólicas, durante o desempenho de suas funções sacerdotais diante de Deus. A pergunta é: Esta recomendação também é válida para a Igreja de Deus? Leiamos:
“Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as grandezas daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.” I Pedro 2:9.
O apóstolo Pedro está falando a respeito da Igreja de Deus e ela é chamada de “sacerdócio real, nação santa e povo adquirido”. Deus levantou uma Igreja que precisa defender padrões de santidade. Os salvos durante o milênio participarão do reinado de Cristo:
“...e para o nosso Deus os fizeste reino, e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra.” Apocalipse 5:10.
“Bem aventurado e santo é aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com Ele durante o mil anos.” Apocalipse 20:6.
Quando aceitamos o Senhor Jesus como sendo nosso único Salvador, nos tornamos sacerdotes de Deus:
“Vós também, quais pedras vivas, sois edificados como casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais aceitáveis a Deus por Jesus Cristo.” I Pedro 2:5.
Durante o sistema levítico, os sacerdotes não podiam ingerir bebida alcoólica ao entrarem na tenda da congregação (Santuário), por ser um lugar sagrado. A fundamental questão é que, ao Cristo estabelecer o novo pacto, nossos corpos passaram ser o santuário de Deus:
“Não sabeis vós que sois santuário de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá; porque sagrado é o santuário de Deus, que sois vós.” I Coríntios 3:16-17.
Lembre-se: O álcool, mesmo em pequenas doses, tende a destruir as mais elevadas espécies de células, as que têm a ver diretamente com os processos vitais, principalmente as delicadas células do cérebro, responsáveis pelo desenvolvimento intelectual. Por isso, para ter uma total comunhão com Deus, mantenha saudável o seu corpo, que é o santuário de Deus.